terça-feira, 16 de setembro de 2014

E quem é o grande amor dessa vida mesmo?

                                                                                           

   E hoje numa conversa um tanto careta com algumas amigas, ouvi a mais romântica das indagações femininas: “quem foi o grande amor da sua vida?”.
  Uma desses amigas, daquele modelo que a gente divide até a alma, se adiantou e respondeu por mim:”claro que um casal tão super como você e seu marido, só pode ter sido ele, claro!”.
  Claro, pensei, claro que não!
  O grande amor da minha vida foi aquele me  atropelou devagarzinho quando eu me encontrava confortavelmente casada já há alguns anos, aquele que chegou sem fazer barulho nenhum e foi invadindo meus espaços, minha vida e quando eu percebi já era parte de mim. Foi aquele que compartilhei os últimos 7 anos de maneira clandestina, escondida, que  nunca pude conhecer a mãe, embora comesse as bananas passas que ela fazia pra mim sem saber! Foi aquele o qual não tive o direito a um cinema,  mas sabia de cor os filmes que amava, a jantar em um restaurante bacana ou a experimentar os pratos que preparava, mas que eu sabia que detestava manteiga e tinha aprendido comigo a comer arroz integral e me ensinado a preparar arroz com linguiça e macarrão, assim, tudo junto e misturado! Esquisito? Claro que não! Foi o grande amor da minha vida quem me ensinou! 
  O grande amor da minha vida foi aquele que me foi permitido tão poucos dias nestes muitos dias destes 7 anos, mas que fez cada um destes dias ser  de entrega, de verdade e um amor que eu nem sabia que existia! Foi aquele que me olhava como se estivesse apenas revisitando minha alma porque já a conhecia há séculos, foi aquele que toda vez que me abraçava me fazia ter a certeza que era ali meu lugar no mundo, no seu abraço. Foi aquele que me mostrou o beijo mais perfeito, o sexo mais inteiro, sem frescuras, sem freio ou vírgula, onde tudo podia, bastava querer e sempre queríamos! Foi aquele que me ofereceu o corpo, a alma, seus medos, seus sonhos, assim, só se deixando mostrar, se deixando ver e nos sentíamos tão próximos que por vezes era difícil acreditar nos rótulos, nos conceitos ou preconceitos. 
  Foi aquele que não construí nada junto, não adquirimos bens ou prestações, não criamos um cachorro, não discutimos nosso imposto de renda, nem tivemos filhos juntos, embora estes teriam sido lindos! Só o que construímos foi a nossa própria história, que teve omissão  e inverdades com alguns, mas que para nós foi feita de verdade, de admiração, paixão e todo amor do mundo! Foi este o grande amor da minha vida! Sem a benção dos homens, sem o sobrenome, de rótulo feio, mas que foi inteiro de viver e esta tatuado em mim, pele e alma!
  -Então, foi sim, foi meu marido o grande amor da minha vida - respondi rapidamente.
  Melhor guardar você só pra mim mesmo!

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