terça-feira, 28 de agosto de 2012

Olho Bobo

  
                                                                                 
  Se tem uma coisa que acho muito engraçado neste nosso mundinho feminino, é a mania que algumas mulheres tem de achar que é possível colocar cerca, GPS nos olhos!
  Sabe aquela amiga que faz "marcação homem a homem" com o pobre marido, namorado, ou seja lá que cargo ocupe sua pobre vítima?
  Tenho uma, álias algumas, porém uma, merece destaque especial!! Situações que beiram a insanidade já vivi na sua companhia. Uma vez estávamos numa pizzaria, em 4 casais. Pizzaria lotada, todos animados, conversa boa, pizza idem, e na hora de ir embora, rumo a saída, ela cisma que o namorado estava olhando para uma morena que acabara de entrar. Cismou e encalhou no meio do caminho! Sabe aquela fila que se forma entre as mesas rumo a saída numa pizzaria lotada em fim de semana, conhece?? Pois foi bem ali que ela encalhou!
  Pessoas querendo passar, criancinhas puxando suas mães pela mão, pedidos e mais pedidos de "dá licença", e nada! Ela permanecia ali, parada no mesmo local, querendo saber quem era a morena!
  Que morena?? Com tanto movimento, nem ela mais conseguia localizar a tal moça! 
  Tentávamos em vão colocar um pouco de sanidade naquela situação, levar nosso pobre amigo pro carro, nossa surtada amiga pro banheiro, que começou a dizer que ele estava olhando há muito tempo! Como há muito tempo se a tal morena estava entrando quando ela começou a armar o circo??
  De verdade, respeito a maneira de ser de cada um é super importante, mas tem situações, atitudes que são meio complicadas de assimilar!
  O que faz uma mulher pensar que pode impedir seu querido de olhar, de admirar? Controlar seus olhos? Somos todos, homens e mulheres criaturas extremamente visuais! Admiramos o belo, seja um carro, um sapato ou uma bunda!
  Fazemos isso o tempo todo! Estamos sempre observando, analisando, comentando tudo de bonito que chega aos nossos olhos, o que é absolutamente saudável, normal!
  Claro, existem olhares e olhares! E esta deve ser a medida para decidir se roda a baiana ou se fica de boa moça. Quando o olhar come e repete, passa pra azaração visual mesmo, desrespeito descarado, bem ai, dá pra justificar a baiana. Agora quando o sujeito apenas olhou, vamos devagar né!!
  Quando estou em locais públicos com meu marido, sou a primeira a lhe mostrar quando surge uma mulher mais bonita, porque eu também vou admira-la! Afinal o que é bonito é para ser olhado! Casa, roupa, carro, ou pessoa, tanto faz! Por mais de uma vez já dei assinatura da revista Playboy para ele de presente, e olho junto, comento, elogio, critico! Tenho um lado voyer assumidíssimo!!!
  Criei uma medida bem pessoal para estes olhares bobos: o primeiro é o de espanto, estilo "meu Deus que mulher é essa?", o segundo é o de conferência, estilo "ela existe mesmo?", agora o terceiro vira sacanagem mesmo, ai neste caso posso começar a deixar de ser paulista...
  Ah, e quanto aquela minha amiga surtada na pizzaria,  ela foi embora pra casa soluçando por não descobrir quem era a tal morena!

Ocupando Espaço


                                                               
   Como percebemos o espaço que alguém ocupa em nossa vida, em que momento nos damos conta disso?    
   Naquele momento fatídico onde ela sai, como um sofá, que esta ali naquele canto há tanto tempo, que já nem percebemos mais de quantos lugares é.
   Claro que com diferenças incontáveis! Um sofá não fez mais nada além de me receber, me deixar dormir, me permitir encostar  e me entortar as vezes!
   Você é mais do que isso! Você foi entrando devagar, se posicionando aos poucos, integrando meus espaços.
   A gente não observa estes detalhes no dia-a-dia, ficamos envoltas a euforia, aos momentos cada vez mais urgentes e frequentes, a descoberta de uma nova pessoa, um novo universo, a fusão dos universos.
   E quando por algum motivo, a nossa mobília emocional tem que ser alterada notamos o tamanho do espaço que ocupava!
   Imenso! Descobri que ia do canil ao trabalho! Da máquina de lavar ao fogão, das noites de lua clara aos dias ensolarados, até naquela cadeira quebrada tem de você!
   Minha vida financeira depende de você, afinal é você minha senha bancária!  Se não digitar seu nome, pronto, não consigo acessar nada !
   Troquei de perfume depois de anos no mesmo aroma, mas antes ouvi sua opinião.
   Final do dia, exausta, quando me deito naquela repassada rápida do meu dia, mesmo que você não tenha feito parte dele, com certeza fará parte de minha revisão mental diária.
   Amanhecendo, na organização mental do dia, tudo se repete, e naquela prece rapidinha, do estilo "Deus dai-me força e amém", esta seu nome em meio ao meu pedido de cuidados.
   No meu canil, lembrei de quantas vezes sentei para conversar com minha cachorra que me olhava serena, sobre nós dois, sobre você.
   Na área de serviço, impossível evitar olhar para o céu todas as vezes que estou nela, e ao olhar para o céu, você também estava por lá. Na lua clara com a vontade de que você também estivesse olhando para ela, nas noites escuros, com a vontade do seu abraço.
   Percebi que apenas me sento na cama, como faço agora, almofada e notebook na mão para falar com você. 
   Músicas se tornaram um caso a parte, consigo achar um pouco de você no axé, no rock, até no forró já te encontrei.Claro que existem aquelas que foram feitas para nós dois, que o  diga Titãs cantando "Porque eu sei que é amor", ou Victor e Léo cantando "Tem que ser você"!.
   Cozinha. Amo massas e peixes, que claro sem conseguir entender porque, mas me lembram você.
   Mudei o corte do cabelo, respirando feliz quando elogiou.
   Você tem me levado a depilação, ao shopping, a massagem, tem muito de você em tudo que faço.
   Lembrar de você é tarefa das mais fáceis, basta ouvir uma música, ligar a TV, ir a padaria, fazer maquiagem pela manhã, comprar sapatos, folhear uma revista, comer um doce, tomar um vinho, fazer frio, sentir calor..
   O frio, este é um lembrar especial, sua pele é sempre tão morninha!
   O doce também é uma lembrança especial, seu beijo é doce.
   Descobri que convivência não significa estar junto, que o tempo não se mede no calendário, que não é o nome que dá importância as coisas.
   A convivência não é diária, mas a proximidade é a mais verdadeira já experimentada, o tempo parou de ser marcado no calendário, porque o calendário não conseguiu  acompanhar a intensidade com que tudo acontece, parece que nos conhecemos há séculos, e o nome que poderiam nos chamar, nunca conseguiria nos definir.
MM