sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Qualquer coisa entre estes 20 e 40...

  
                                                                          


  Cantadas!
  Não é que eu esteja interessada em um dos operários do prédio em construção próximo ao meu trabalho, mas admito que se por acaso, numa manhã qualquer, ao passar por ali, não ouvir nem um delicado "linda", posso desejar  correr pra casa e no mínimo trocar de roupa, ou ficar por lá o resto do dia!
  Claro que há "mexidas e mexidas", "cantadas e cantadas", e descobri que elas mudam junto com nossas próprias mudanças!
  Lá nos 20, ou até antes deles, as cantadas se dividiam em três estilos: sujinhas, engraçadas e educadas!
  Sujinhas por delicadeza minha, algumas eram nojentas mesmo! Já ouvi sutilezas do tipo: "te chuparia inteira" e me senti uma manga! Outras como "que tetinhas lindas", e me senti uma bezerra, mas pra mim a campeã da aberração era a "cantada da dor de dente". Quando o sujeito resolvia fazer um som estranho, como se estivesse chupando um pedaço de carne que ficou presa entre os dentes! 
  Que nojo! Estas cantadas só me causavam isso mesmo, nojo e o exercício precoce da abstração, "respira e pensa em Buda Anna"! Se eu tivesse ficado mais tempo nos 20 anos,  teria virado monja!
  As engraçadas tinham um poder diferente! Não que eu tenha atração por palhaços, mas homens divertidos são sempre bem vindos e mesmo que não rolasse nada, estes pelo menos me arrancavam sorrisos! Me lembro de um estudante de engenharia, que se aproximou de mim sentando na minha mesa com uma calculadora na mão para calcular há quantos minutos estava me observando e quantas batatas eu tinha comido durante este tempo, dizendo que se eu não comesse tantas batatas, teria percebido seus olhares! Não rolou nada, mas valeu para muitas gargalhadas todo seu entusiasmo em me explicar tantos cálculos!
  Mas as educadas são até hoje minhas preferidas, e ficam perfeitas quando vem com uma pitada de humor!
  Tive um namoro que começou por este caminho, ele era um psicólogo recém formado, que pedindo licença para se sentar na minha mesa, disse que me daria o mundo se eu deixasse.     De início achei um tantinho clichê, mas ele insistiu que queria minha resposta, e assim que eu o autorizei a me dar o mundo, ele se levantou e foi a um shopping próximo do bar onde estávamos, voltando minutos depois com uma caixa enorme nas mãos! Abri e dentro tinha um globo terrestre, destes que usamos no colégio!
  Resultado: um longo e delicioso namoro que até hoje me lembro com carinho!
  Mas estas ficaram nos 20 e já dobrei esta conta!
  Hoje as cantadas sujinhas não acontecem mais, ainda bem! Não deve pegar bem falar que quer chupar inteira uma mulher de 40 sem antes convida-la para jantar!
  As engraçadas ainda encontro, as educadas também e o melhor, as educadas e com aquela dose de humor são as mais ouvidas.Benefícios de chegar bem aos 40! Pra que tentar ser humilde??...
  Mas as melhores cantadas que ouvi nos últimos tempos, acho que foram mais um elogio, inusitado, um imenso elogio, e me causaram aquela deliciosa sensação da certeza de que ser mulher é delicioso!
  A primeira veio de uma mulher, a qual eu tenho uma grande admiração por sua inteligência e postura diante da vida, mulher destas que gostam de homens, e nada teve de sexual seu elogio! Mas ouvi-la dizer que "se fosse homem, seria eu a mulher pela qual ela com certeza se apaixonaria" foi um presente a minha vaidade!
  E a outra veio de um querido amigo gay, parceiro de longos e verdadeiros papos, que me disse o mesmo, de maneira diferente: "querida, se eu gostasse de mulher, você seria aquela que eu iria querer dividir minha vida"! 
  Bom mesmo é chegar aos 40 ainda recebendo cantadas e com direito a algumas tão democráticas!!








sábado, 7 de setembro de 2013

O pudim e a lingerie

  
                                                   


  Numa conversa com uma amiga outro dia, ela fez uma confissão que me soou inusitada!
  Ela que está separada há 3 anos, contou que nos tempos finais do seu casamento quando era claro para ambos que estavam caminhando para o divórcio, ainda faziam sexo eventualmente e era nítido o desejo, o tesão que ele tinha por ela, mesmo ela sabendo que ele já tinha outra há mais de 01 ano!
  O sexo segundo ela, era "normalzinho", sem muito calor nem muito suor e ela até preferia que não acontecesse, mas jovem, cheia de energia e sem ninguém a mão, melhor dar pro marido mesmo!
  Gozava, dormia e tudo permanecia igual!
  E isso confessou, alimentava seu amor próprio, sua vaidade! Mesmo não o amando mais, não se sentindo atraída mais por ele, gostava da sensação de saber que era desejada, que o excitava ainda!
  Até a madrugada na cozinha!
  Ela levantou no meio da noite e foi comer pudim vestida apenas de lingerie. Nova, rendada, pequena e preta. Modelo preferido dele!
  No início o pensamento era só o pudim mesmo, mas dai ele também se levantou e foi até a cozinha beber água. Bastou para ela se sentir na primeira das 9 Semanas e 1/2!
  Sabia que seu corpo era bonito, que tinha um cheiro suave, que a lingerie era linda, e passou a achar pudim a coisa mais erótica do mundo, já se imaginando em cima da mesa, lambuzada com a calda!
  Mas, o marido permaneceu sentado, copo de água na mão e o assunto foi o preço que iria ficar a reforma do banheiro!
  Falaram da nova ducha, do revestimento, que branco não era uma boa cor, que o boxe deveria ser maior, que a banheira não precisava ser trocada, que toalhas brancas acabam encardindo, que sabonete liquido dura pouco, que o adoçante acabou, que as notas do filho aumentaram, mas nada de calcinhas, nada de pudim, nada de sexo!
  Acabou o pudim, terminou a água e foram pra cama, dormir bunda com bunda!
  Dali os dias passaram a ser iguais! Ela podia parar nua em frente a tv que ele iria sorrir e pedir licença apenas, o contato mais erótico que tinham era um tapinha no bumbum eventualmente. Claro com ela vestida de jeans e rodeada de amigos!
  Pronto! Se sentiu feia, não desejável, menos mulher! Foi como se bastasse um pudim para exterminar todo seu poder de sedução, toda sua segurança!
  Ela sabia que não o desejava mais fazia tempo, que o sexo com ele havia se tornado simples dever de casa e confessou que nunca tinha sido uma perfeição mesmo, nem nos melhores anos do seu casamento, mas que queria que ainda assim ele a desejasse!
  Meio confuso achei! Ela não sentia tesão algum por ele, fazia sexo por obrigação, mas queria que o coitado continuasse ali, armado a cada vez que a visse comendo pudim de lingerie preta!
  Santa e prepotente vaidade feminina!



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Acompanhados

                                                    


  Sou encantada com a criatura homem! Não vejo nada de errado, estragado, nem complicado neles! Ao contrário, são fascinantes! 
  Mas admito quando me deparo com atitudes deles, que fogem a minha compreensão, e nisto pra mim, está parte do meu encantamento!
  Faço o gênero pegajosa, grudinho, paulista beijoqueira mesmo, destas que adoram abraçar e beijar as amigas e os amigos também, para total desespero do meu marido!
  Sou capaz de permanecer longos minutos entregues a um abraço caloroso e pra mim este é sempre um dos melhores lugares do mundo. Mas isto está anos luz distante de ter significados sexuais!
  Claro que estar nos braços do homem que amo tem um sabor especial, único, e neste abraço ficaria é um dia inteiro! Mas agora falo dos abraços e beijos fraternos, amigos!
  Tenho amigos de anos com quem mantenho uma relação terna, rica de demonstrações de afeto verdadeiro, de carinho. Amigos que a cada encontro me oferecem um abraço carinhoso, que já me emprestaram ombros para acalmar meu choro e que seguram minhas mãos quando estou preocupada.
  Mas tanta demonstração de carinho, quase sempre só acontece quando estão sozinhos, sem suas respectivas namoradas, esposas, ficantes, amantes ou delirantes de plantão!
  Basta a mulher estar do lado para nossa amizade descer ao patamar de conhecidos! 
  O que acontece afinal?
  A esquisitice é dos homens ou das mulheres? Se somos nós as primeiras a defender calorosamente a idéia de que existe sim amizade sem interesse entre homens e mulheres, por que quando é nosso querido que tem uma amiga querida, nos armamos de insanidade e mostramos os dentes?
  Como mulher arrisco afirmar: somos nós as estranhas mesmo! Nós no caso não eu, claro!
  Se tem algo que não me incomoda são as amigas do meu marido! Ele tem amigas super queridas de anos de confidências, de abraços e afeto sincero!
  Acredito na amizade entre homens e mulheres, afinal também tenho amigos super queridos!
  Meu marido é que as vezes ainda se desespera um pouco com minha "desenvoltura paulista" a cada abraço que dou!...



Divertidas "Amelices"

                                                      


  Ainda na preguiça de ser mulher...
  A versão "não tô nem ai pra homem" também acho um porre!
  Assim como a mulher modelo "homem nenhum presta", a mulher "tô nem ai pra homem", também pode vir das mais variadas classes sociais, estado civil, idade, corte de cabelo ou profissão.
  Identificada por aquele ar de senhora de si, dona do próprio nariz, transformando num estereótipo podem ter gestos mais largos, voz mais forte, rirem alto, se ocuparem algum cargo de liderança então, sai de baixo pra sua prepotência passar!
  Amam frases como:
  "Em casa a ùltima palavra é sempre do meu marido, que é -sim senhora!".
  "Não vou abrir mão de nada na vida por homem nenhum."
  "Eu tenho que mandar ele fazer tudo o tempo todo!"
  "Não preciso de homem pra nada!"
  "Não nasci pra ficar cuidando de homem, Deus que me livre"!
  Nas redes sociais, postam coisinhas tipo:
  "Antes só do que mal amada!"
  "Quanto mais conheço os homens, mais gosto da minha vida de solteira."
  "Mulher bebendo é feio? Feio é você quando estou sóbria."
  "Mulher não discute, apenas explica porque esta certa!"
  E assim segue transformando em frases todo sua imatura insegurança!
  Destas acho que não tenho preguiça, tenho sim é um tipo de compaixão.
  Pobres mulheres! Por algum motivo que somente suas histórias podem ajudar a compreender, deixam de viver um lado delicioso nos relacionamentos a dois, a entrega sem medo, o prazer de cuidar, as doçuras das "amelices"!
  Cuidar do homem amado está longe de ser sinônimo de fraqueza ou de burrice!
  Preparar um jantarzinho surpresa, fazer um cafuné, levar um café na cama, gritar aos ventos seu amor, deixar verem sua dedicação, se mostrar apaixonada e entregue, são gestos de maturidade, da certeza de si mesmo.
  Não importa se ao longo da vida já tenha sido traida, trocada ou derramado litros de lágrimas, cada história é uma história, e gostoso mesmo é estar inteira sempre em cada uma delas.
  Pra que se armar tanto, se brincar de Amélia pode ser tão divertido??