terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sem licença para o sexo

  
                                                           


  Sexo cordial, adorei a expressão quando a escutei pela primeira vez!

  O sujeito é super culto, 2 graduações, pós, mestrado, fala javanês, tem curso de origami, toca violino, faz sushis com perfeição e cultiva bonsais. Professor Pasquale bate palmas sempre que ele decide falar sobre qualquer assunto, português corretíssimo, vocabulário rico, educado, gentil, um perfeito lorde inglês! Sua mãe iria adora-lo, papai então...
  Mas vamos ser francas, não consigo ver sintonia entre sexo e lorde. Sexo não combina com cordialidade, com formalidade.
  Amo homens educados, de fala suave, baixa, gestos mais contidos, discretos e gentis.
  O problema é quando a cordialidade invade todos os ambientes e fazendo um comparativo a máxima masculina de que a mulher ideal deve ser "lady na sociedade e puta na cama", o homem ideal deve ser "lorde só na sociedade mesmo".
  Na cama não há espaço para "com licença, por favor, por gentileza, vagina, pênis" e outras demonstrações verbais de cultura e formalidade.
  É só experimentar na hora do sexo, depois de toda mão, dedos, boca, chupada, lambida e gemidos que tiverem direito, o sujeito virar e pedir : "por gentileza, se posicione adequadamente para que eu possa fazer uma introdução peniana na sua vagina"! Brocha toda e qualquer mulher!
  Linguagem culta, técnica, frases formais, excesso de educação acaba com qualquer tesão, seca! Não conheço nenhuma mulher que tenha fantasias eróticas com o Renato Machado! Ok, a Danuzza Leão não vale! 
  Admito que já confessei uma queda por homens com cara de comportados, desde que percam o comportamento na hora certa...
  Não queremos ouvir palavras como pênis, vagina, deixe-me, com licença, por favor, obrigado e similares na hora h.
  Não importa se o sujeito é diplomada na Inglaterra ou mestre de obras na construção da esquina, na cama tudo o que queremos é uma generosa dose de sacanagens e ouvir algumas ordens! É aquele território onde ser ordenada, onde o tom imperativo, deixa de ser visto como machismo e mais do que ser permitido, é delicioso!  
  Mandar tirar a roupa, uma ordem no ouvido para ficar de quatro, apertar contra uma parede sem deixar opção de sair dali, nada de pedir com delicadeza para ser chupado, mande e pronto! 
  Existe um lado obediente em toda mulher e é no sexo que este lado fica delicioso!  
  Sem pedir licença, sem por favor, sem bater para entrar, mas se quiser bater, bata enquanto entra, sem pedir, mas neste caso bata com carinho...rs

O que vai ficar

  
                                                                             


  Mas é claro que existem motivos para termos nos esbarrado pela vida e talvez eu já compreenda alguns.
  Entrei na sua vida para te ensinar que você é lindo mesmo! 
  Destes lindos da gente ver, cara linda, sorriso lindo, bumbum lindo, olhos lindos, lindo de se ver, lindo de se observar. E quando sorri? Meio clichê quem sabe, mas quando sorri eu me esqueço do mundo..
  E lindo de ter na vida! 
  Lindo de ouvir contar sobre coisas banais do dia-a-dia, de ouvir quase num pedido de desculpas confessar medos, neuras, fraquezas, sem perceber que nas suas fraquezas habita parte da sua força.
  Talvez seja esse o presente meu que vai ficar, te fazer saber com a certeza necessária que mais do que direito, você merece mais da vida, ser mais amado, mais admirado, mais desejado, a certeza todos os dias que é lindo "avesso e direito" e que seus medos só te tornam real, humano, perfeito nas suas imperfeições.
  E claro, a plena certeza de que foi amado, diariamente amado e sempre será seu uma parte dos meus dias, mesmo quando deixarmos de ser nós, não será necessário olhar, sentir, nem ouvir nada, no final, em todos os dias, sempre vai haver muito de você em mim! 
  A mim coube a descoberta de um amor sem freios e olha que tudo que o nosso mais tem são freios.
  Paradoxo! Quando a gente passar, assim vou falar que foi você na minha vida. Minha verdade mais contraditória, meus opostos mais semelhantes.
  O "eu te amo" mais silencioso, o mais verdadeiro que já ouvi e foi me ensinando a ouvir os olhos.
  Me ensinou uma verdade de amar que eu nem sabia existir, onde não existem jogos, escolha de palavras, encenações, a gente foi apenas "sendo" e quando percebemos, já tínhamos nos tornado muito mais do que imaginávamos possível!
  Fui me deixando ficar, já não era permitido mais sair, não queria sair...
  E descobri que entregar as palavras, confessar os sentimentos, soltar o corpo sem o medo do julgamento apenas sendo, é o que torna um amor perfeito!
  Foi quem mais perto de mim senti e de quem mais perto fiquei, acho que em alguns momentos nem éramos dois.  
  O amor perdeu o egoísmo e no paradoxo, quem mais foi meu não me pertencia!
  Senti saudade de coisas que nunca vivemos, descobri que existe lucidez no ciúme e que um toque e um beijo podem parar o mundo!
  Meu melhor amor! Te disse isso lá na antiguidade,..quando nós dois começamos a existir no nós, que se um dia descobrisse que foi meu melhor amor não teria medo e confessaria..
  Queria muito confessar mais alto e acho que a nós só isso faltou!
  Mas houve tanto amor, tanta verdade e entrega, que nossos limites aprenderam a serenar, afinal, na próxima vez a gente já tem um compromisso juntos e dai sim, poderemos sair de mãos dadas...
M.M


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Seu beijo

  
                                                      
"Não há prazer em ter, se não tem primeiro o tal do teu beijo.."
 Luciana Mello

  Algumas bocas parecem que inspiram beijos, e isso pode acontecer até antes da paixão chegar.
  Dai pouco importa se é permitido ou não, a vontade vai aumentando e quando a gente vê, já estamos ali viajando em cada palavra que ela diz e doida para saber qual gosto tem.
  Seu beijo.
  É quase sexo velado.
  É entrega, passagem para o impensável, para o que não tenho controle, e nem desejo controlar.
  Aquece, faz sonhar, me enche de vontade de vontades que eu não sabia que tinha, amolece minhas pernas, arrepia a pele, carrega meu corpo para o seu.
  Para o tempo, acelera,  inquieta, e quando vejo o beijo já é mais do que boca, já são mãos, toques, corpo, vontade de entrega, salivas e histórias. 
  Tesão, vida própria que transborda, molha, inunda
  É lento, urgente, me faz confissões, me arranca segredos, me tira o pudor, a vergonha e a cada beijo quero mais, desejo mais, preciso mais
  Seu beijo me acalma, me enlouquece, deixa saudade, deixa o gosto da sua boca.
  




terça-feira, 6 de agosto de 2013

Mosaico

  

                                                     

  Onde mesmo que as relações se perdem?
  Em que momento deixamos de amar ou nos perdemos de alguém?
  Perder não é o contrário de ganhar? E se possuímos aquilo que ganhamos, existe de verdade alguma vida inteligente por trás da idéia de que possuímos alguém?
  A gente segue sabendo que amores vão e vem, que adoecem, que morrem e se reinventam todos os dias. Alguns com serenidade outros de forma meio grega, mas quando a tragédia vira vizinha de esquina, assusta!
  Que ainda vivemos em era machista, todos sabemos, mesmo fingindo não saber e não recrimino isso da maneira fervorosa que algumas mulheres fazem. Pelo contrário, gosto da idéia de pensar que posso ter um homem para cuidar de mim, que possa ser mais forte do que eu, um principe encantado com toques de Wolverine, mas sem nada de homem das cavernas, por favor!
  Dai, houve um dia, numa de minhas esquinas, que um tal Sr. Caverna resolveu que tinha  direitos sobre sua doce princesa, só porque ela resolveu que não queria mais dividir aquele castelo com ele! E armado de uma insana testosterona agrediu!
  De onde sai esta idéia torta de que somos de alguém? De que isso é definitivo e imutável?
  Do princípio talvez! 
  Somos nós mulheres quem gestamos, parimos e criamos nosso meninos, que um dia tornarão-se homens, e em muitas famílias é visível a diferença de ensinamentos entre filhas e filhos! 
  Se o menino tem um brinquedo tomado por um coleguinha o conselho que provavelmente irá ouvir é algo como:"-pare de chorar, vá lá e pegue de volta o que é seu". Se for para uma menina:"-pare de chorar minha filha, a mamãe te compra outro". Se ele apanha no colégio:"-você deveria ter revidado, não pode apanhar e ficar quieto". Se ela apanha no colégio:"-pode deixar que vou conversar com a diretora minha filha".
  Filhas podem ser indecisas, filhos precisam saber o que querem, filhos podem brigar pelo que julgam ser seu, filhas podem simplesmente manter a compostura....
  E vamos seguindo assim, criando nossos pequenos monstrinhos!
  Mulher abandonada a sociedada abraça, acalenta, recebe como a vítima "daquele cachorro"! Homem largado a sociedade chama em silêncio de fracassado ou corno, ou de corno fracassado mesmo!
  Mulher que trai é vagabunda, homem que trai é homem somente!
  Se o sujeito leva chifres é porque não teve competência pra dar conta da sua mulher, se a mulher leva chifres é porque o marido é sem vergonha mesmo e não deu valor a mulher que tem!
  A idéia do "até que a morte nos separe" ainda assombra até as mais modernas, que quando encontram sua cara metade, resolvem acreditar que tem que ser pra sempre e que nada nem ninguém nunca vai mudar!
  Cara metade! Quem disse que nascemos pelo meio?
  Cismamos com a idéia de que cabe ao outro nos fazer feliz, que só vou ser feliz de verdade se ele ou ela tanto faz, me amar, me respeitar, me admirar, me desejar, me tolerar sem reclamar,...me...me...me....e assim tiramos de nossa própria responsabilidade o dever de sermos felizes! Afinal, "agora que te encontrei, você me fará feliz"!
  Daí, um dia nosso Wolverine, ou a princesa, percebem que o prazo de validade venceu, que o sentimento mudou, que outra pessoa chegou, mas tiranamente alguém diz que isso não pode ser!
  É desrespeito, ingratidão, desamor, sacanagem...E esqueçe que não "somos" de ninguém, "estamos" de alguém, o que é bem diferente!
  E se por acaso for a princesa quem admitiu que quer mudar de estorinha, o final pode ser trágico, afinal criamos nossos homenzinhos para brigarem pelo que é seu, lembra da infância? E olhamos homens abandonados como fracassados, lembra disso também?
  A vida é inconstante, impermanente, estamos em movimento o que não significa de forma alguma desrespeito, negação ao casamento ou a família! 
  É apenas a vida mesmo!
  E o melhor dela é exatamente isso, sua impermanência, suas mudanças.         Uma relação tem que durar o tempo em que for bom para ambos, saudável para ambos e mesmo que adoeça ou morra somente para um, ao outro o único direito que lhe restará será o de chorar, pedir pra ficar, argumentar, se descabelar, se desesperar, mas depois juntar seus pedaços, encontrar um bom travesseiro e chorar baixinho, respeitando o espaço alheio e agradecendo pelo tempo que pertenceu aquela história! 
  Não importa o final, se ela foi boa, deve ser lembrada assim! 
  É o que compartilhamos que vai montando nosso mosaico, e pra que o resultado fique bom quando olharmos no final dessa história, precisamos ser delicados com nossos atos e a maneira que os colocamos em nossa vida!
  Simples assim!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Segunda feira é dia...

  
                                                                                         
  
  De novo termino a segunda-feira,...e toda segunda feira é assim...
  Amanheço cansada, passo o dia cansada e termino o dia igualzinha...
  Os finais de semana são sempre um frevo! 
  Filhos, casa, marido, almoços, saídas, visitas a fazer, visitas que me fazem, dai junta a depilação, a unha, o armário pra arrumar, compras pra fazer e quando vejo lá se foi o sábado, o domingo então, este ando achando que nem existe de fato de tão rápido que termina! Mal amanheço e já está lá o Zeca Camargo falando "boa noite"! Como é irritante aquele Zeca Camargo..rs
  Acho que o correto mesmo seria existir a primeira feira! Seria assim: sábado, domingo, primeira-feira e só depois a segunda-feira! E a primeira-feira seria destinada a uma única tarefa: não fazer nada! Mas nada de nada mesmo, nem comer pra não ter que movimentar o maxilar e provocar cansaço físico! Seria um dia especial, onde nosso corpo iria se tornar completamente autosuficiente, sem necessidade de eliminar, nem ingerir nada! Apenas descansar, ficar um dia inteirinho  de braços dados com o ócio, pernas pra cima, mas não muito pra não cansar a musculatura...
  Um dia de pijama, onde nem  camisola seria permitida, camisola as vezes pode ser meio erótica e acabar dando idéia, e sexo também cansa...
Mas pensando bem,..deste cansaço eu até que gosto muito...rsrs
  Enfim, termino a segunda feira exausta e nem  fiz sexo no fim de semana, seria bem melhor se hoje fosse primeira feira mesmo....