quinta-feira, 24 de abril de 2014

Entre escolhas...

  
                                                                       
                                                                           

  Entre escolhas...
  Ele casado. Ela casada.
  Mas mesmo assim ela se encantou a primeira vista. Ele parecia meio perdido no mundo, precisando de colo ou carinho ou cafuné, ou um pouco de cada! 
  Era um kit: "doçura+inteligencia+sorriso lindo+nuca perfeita+educação" tudo numa embalagem de 1,80 m ou um pouco mais talvez...
  E a conversa rolou fácil, os risos espontâneos, a afinidade imensa. Os encontros ficaram urgentes e logo a sintonia era intimidade.
  E a intimidade foi maravilhosa! 
  Dois itens a mais na embalagem: beijo perfeito+sexo perfeito! Impossível segurar!
  Prometeram que o amor seria só feito, nunca falado. Era mais seguro!
  Mas a conversa era tão fácil, os risos tão espontâneos, a necessidade tão urgente, que acabaram falando de amor!
  Falaram, explicaram, se declararam. Ele as vezes mais assustado, usava outras letras para falar do que sentia. Ela escancarava, declarava, explicitava. E ambos perceberam encantados e assustados que era amor dos grandes!
  Confessaram medos, contaram sonhos, queixavam decepções, compartilharam lágrimas, dificuldades e alegrias. 
  E a conversa ficava cada dia mais fácil, cada dia mais íntima, cada vez mais entregues.
  Os dias passaram tão rápido que logo perceberam que eram anos.
  Logo perceberam que já não tinham mais para onde ir. Aprenderam a lidar com os Natais, os aniversários, as saudades, os ciúmes.
  Cada novo abraço silenciava  os limites e sempre valia muito esperar o próximo beijo.
  Ele repetia que ela o preenchia de vida, o fazia mais bonito e que era "linda, doce e inteligente".
  Ela repetia que ele era seu "maior e melhor amor", e que seu beijo era o melhor lugar do mundo!
  Mas depois de uma conversa qualquer, num esquecimento qualquer, se lembraram que nunca tinham sido somente dois. Eram três, quatro,...talvez um pouco mais!
  Sem saber se era fraqueza ou coragem, resolveram que não poderiam mudar tantas histórias! Já haviam feito isso antes e sabiam o quanto seria difícil!
  E entre as ofensas de quem se sentia ofendida, ameaças e muito choro, escolheram retornar a vida de aparências. Mais calmo se convencer que tinha algo a ser resgatado 
  Amanheceram sem se dar novo bom dia! Perderam seus direitos. 
  Hoje ela ainda fica os mesmos minutos de bobeira na cama depois que acorda e destes minutos nunca conseguiu tira-lo. Ele continua na prece rápida quando pede a Deus para que cuide de quem ela mais ama.
  Besteira achar que seria fácil reinventar outra história. Ele vai continuar ali "de janeiro a janeiro".
  Besteira achar que será fácil ele reinventar outra história. Ela vai continuar lotando seus pensamentos diários.
  Mas logo ela posta outra foto e assim vão se convencendo que fizeram a escolha certa.
  Devem ter feito...
AN


                                                                         Um som




  Era tão bom ouvi-lo gemer!
  Olhando para ele não se esperava um gemido tão gostoso, tão entregue, tão visceral! Não dele que era sempre econômico com as palavras.
  Todas as vezes que chegava, chegava silencioso, movimentos discretos, tom mais baixo, parecia que vivia pedindo licença para o mundo. Viver sem atritos, acho que era  este seu lema!
  Confesso que num primeiro momento achei que teria que ensina-lo algumas coisas, ele parecia estar meio caído de paraquedas no mundo... 
  Santa arrogância, santa inocência, deliciosa descoberta!
  Ele gemia de um jeito que passei a vida esperando escutar, um gemido despretencioso, onde não precisava querer me impressionar, só sentia, gemia e pronto!
  Gemia com a boca, com as mãos, com o corpo. As vezes me apertava com força, noutras se deixava levar. Me mostrava um homem e um menino, assim meio misturados, me confundindo e me encantando.
  Tinha turbulência e sossego, sexo e abraço, suor e quietude, no mesmo gemido.
  Adorava olhar!
MM

sábado, 5 de abril de 2014

Por hoje é só sexo mesmo !


                                                                               
                                                                                 

  Discordo daquele conceito de que para os homens o sexo tem um peso maior num relacionamento do que para as mulheres. Preconceito puro!
  Claro que eu sinto saudade do colo, do olho no olho, do seu abraço, dos nossos papos, do carinho, daquele seu jeito de conversar meio na ponta da língua, mas hoje sinto mais saudade da sua língua em outras situações confesso!
  Ando sentindo uma saudade imensa do seu corpo, daquele gosto doce que tem cada pedaço da sua pele, do jeito que se encaixava em mim, daquelas suas visitas rápidas somente para me dar um beijo quando eu te beijava me esfregando em você e te ouvia meio quase numa súplica me falando no ouvido que precisava ir embora.
  Besteira achar que para os homens o sexo tem mais valor num relacionamento! Amei todos os lados da história que vivemos, mas o sexo com você foi uma viagem a parte! Viagem perfeita!
  Como não sentir saudade de te olhar deitado, descomposto, me deixando subir as mãos, a boca, a língua em todos os pedacinhos de você, te ouvindo gemer, vendo sua pele arrepiar, de sentir suas mãos me apertando a cintura com uma força deliciosa, sua boca me mordendo ou ter você sentado entre minhas pernas só me observando, repetindo que me achava linda?
  Ouvir sua voz me pedindo numa ordem disfarçada para ficar de quatro pra você, ou me falando ao telefone que estava precisando do meu corpo, ou me pedindo para te fazer gozar ou para tirar minha roupa bem devagar só para poder ficar me olhando? Sentia um prazer absurdo em atender a cada pedido seu...
  Vontade absurda do seu gosto na minha boca, de ir sentindo você crescer dentro dela, enquanto ouvia sua respiração acelerar, de permanecer ali, até te ver satisfeito, pleno, realizado e depois passar o resto do dia com seu gosto na boca. 
  Vontade de sua boca deslizando nas minhas pernas, subindo devagar, me enlouquecendo, me fazendo implorar mais, da sua mão puxando delicadamente meu rosto, me pedindo para te beijar enquanto se movia dentro de mim.
  Saudade daquele segundo exato em que te sentia dentro de mim e fazia ser impossível descrever que prazer era aquele!
  E o seu beijo? Uma boca linda num beijo perfeito...
  Saudade daquela confiança e liberdade desenfreada que sentíamos juntos, onde nada era proibido, nada era errado, tudo podia, tudo era delicioso, tudo era possível! Experimentei com você coisas e prazeres que nunca havia experimentado antes, sem medos, sem neuras, sem receios de jogos ou entregas!
  Achava delicioso quando me sentia um objeto nas suas mãos, seu objeto particular e isso em nada diminuía o que sentíamos um pelo outro.
  Descobri com você que podíamos fazer amor cheio de carinho e olho no olho um dia e sexo repleto de sacanagens no outro e os dois eram deliciosos!
  Saudade do seu suor, da sua saliva, dos seus dedos, da sua respiração...
  Claro que posso reinventar outra história, reescrever um sentimento, seguir e sorrir com outro, mas o que vou fazer com a pele? Não se ensina um corpo a desejar outro, não se ordena que arrepie, que molhe, que perca o ar...
  Como eu conto pro meu corpo que ele vai precisar se acostumar com outra pessoa, se todos os dias ele sente uma vontade absurda do seu?
AN
  

Mulher traída é um porre!

  
                                                                       
                                                                            

  Não vejo lógica nenhuma no famoso tripé: marido infiel e cachorro, esposa traída e coitadinha e a amante vagabunda. Sinceramente acho um porre!
  Sem querer defender nada nem ninguém, mas preciso ser sincera, pra mim nem todo infiel é sacana, nem toda traída é coitadinha e de longe nem toda amante é vagaba!
  Casamento é uma relação a dois e também é a dois que ela caminha pro sucesso ou fracasso!
  Mas afinal quem disse mesmo que há fracasso? Isso é outra falta de senso! Tudo tem um tempo, uma duração e terminar uma relação não significa de forma nenhuma que não deu certo, somente que cumpriu seu ciclo.
  Ninguém em sã consciência se casa para separar, isso é claro, mas o que as criaturas se esquecem é que somos seres mutantes, constantemente mutantes.
  Dai toda manhã acordamos um pouco diferente! O tempo segue, a vida segue, as experiências acontecem  e junto a elas nossas necessidades vão mudando, nosso olhar muda,  nossas buscas mudam e nestes mudanças todas podemos acabar descobrindo que aquela pessoa que está ao nosso lado há tanto tempo, já não nos encanta mais! E não existe pecado nisso! Desde que exista a lealdade, o olho no olho para explicar e conversar sobre a mudança, não há motivo para crises! 
  Nem sempre as mudanças acontecem em sintonia, aliás quase nunca! Mas podemos sobreviver a elas! Juntos ou seguindo novos caminhos, mudanças podem ser muito boas para a vida!
  E nestas mudanças, algumas vezes acontecem encontros inesperados e "antes da hora".       Porém, independente da hora, uma coisa acredito, não há espaço para uma terceira pessoa numa relação sadia. Se por acaso entrar mais alguém nesta história, minha querida, a responsabilidade é de vocês dois, assuma sua parcela e faça algo sobre! Ficar repetindo que o marido é um cachorro, que manteve vida dupla por anos sem você saber, é passar atestado de lesada! Como assim, sem você saber? Onde você esteve este tempo todo? Ninguém dorme e acorda diariamente ao lado de alguém que esta envolvido com outra pessoa há tanto tempo, sem perceber nadinha!
  Um saco é pagar de esposa exemplar, dedicada e colocar a culpa no marido e na amante!   Melhor mesmo é descer do salto e procurar entender onde esta sua parcela de responsabilidade! Ninguém abre filial da noite para o dia se a relação não estiver adoecida, a menos que o cara seja o infiel compulsivo!
  Até compreendo que é bem mais confortável colocar toda responsabilidade no marido e bancar a coitadinha, mas isso não vai ajudar em nada!
  A mulherada grita direitos iguais a plenos pulmões, mas na hora da infidelidade, paga de incapaz, de vítima, de burrinha mesmo, tipo não percebi nada, estava ocupada demais sendo esposa perfeita, e quer que todos ao redor excomunguem o marido e abracem seu imenso sofrimento!
  Casamento querida é relação a dois e também de dois a responsabilidade de seus caminhos! 
  Melhor levantar a bunda do sofá, parar de esbravejar sobre a outra, que muitas vezes é mega gente boa e não tem nada haver com a falta de cuidado de vocês com o casamento, muito menos com as mudanças da vida, parar de chamar o marido de cachorro, parar de pagar de coitadinha e fazer alguma coisa boa com a experiência! 
  Mesmo que seja "somente" amadurecer!
AN