terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ocupando Espaço


                                                               
   Como percebemos o espaço que alguém ocupa em nossa vida, em que momento nos damos conta disso?    
   Naquele momento fatídico onde ela sai, como um sofá, que esta ali naquele canto há tanto tempo, que já nem percebemos mais de quantos lugares é.
   Claro que com diferenças incontáveis! Um sofá não fez mais nada além de me receber, me deixar dormir, me permitir encostar  e me entortar as vezes!
   Você é mais do que isso! Você foi entrando devagar, se posicionando aos poucos, integrando meus espaços.
   A gente não observa estes detalhes no dia-a-dia, ficamos envoltas a euforia, aos momentos cada vez mais urgentes e frequentes, a descoberta de uma nova pessoa, um novo universo, a fusão dos universos.
   E quando por algum motivo, a nossa mobília emocional tem que ser alterada notamos o tamanho do espaço que ocupava!
   Imenso! Descobri que ia do canil ao trabalho! Da máquina de lavar ao fogão, das noites de lua clara aos dias ensolarados, até naquela cadeira quebrada tem de você!
   Minha vida financeira depende de você, afinal é você minha senha bancária!  Se não digitar seu nome, pronto, não consigo acessar nada !
   Troquei de perfume depois de anos no mesmo aroma, mas antes ouvi sua opinião.
   Final do dia, exausta, quando me deito naquela repassada rápida do meu dia, mesmo que você não tenha feito parte dele, com certeza fará parte de minha revisão mental diária.
   Amanhecendo, na organização mental do dia, tudo se repete, e naquela prece rapidinha, do estilo "Deus dai-me força e amém", esta seu nome em meio ao meu pedido de cuidados.
   No meu canil, lembrei de quantas vezes sentei para conversar com minha cachorra que me olhava serena, sobre nós dois, sobre você.
   Na área de serviço, impossível evitar olhar para o céu todas as vezes que estou nela, e ao olhar para o céu, você também estava por lá. Na lua clara com a vontade de que você também estivesse olhando para ela, nas noites escuros, com a vontade do seu abraço.
   Percebi que apenas me sento na cama, como faço agora, almofada e notebook na mão para falar com você. 
   Músicas se tornaram um caso a parte, consigo achar um pouco de você no axé, no rock, até no forró já te encontrei.Claro que existem aquelas que foram feitas para nós dois, que o  diga Titãs cantando "Porque eu sei que é amor", ou Victor e Léo cantando "Tem que ser você"!.
   Cozinha. Amo massas e peixes, que claro sem conseguir entender porque, mas me lembram você.
   Mudei o corte do cabelo, respirando feliz quando elogiou.
   Você tem me levado a depilação, ao shopping, a massagem, tem muito de você em tudo que faço.
   Lembrar de você é tarefa das mais fáceis, basta ouvir uma música, ligar a TV, ir a padaria, fazer maquiagem pela manhã, comprar sapatos, folhear uma revista, comer um doce, tomar um vinho, fazer frio, sentir calor..
   O frio, este é um lembrar especial, sua pele é sempre tão morninha!
   O doce também é uma lembrança especial, seu beijo é doce.
   Descobri que convivência não significa estar junto, que o tempo não se mede no calendário, que não é o nome que dá importância as coisas.
   A convivência não é diária, mas a proximidade é a mais verdadeira já experimentada, o tempo parou de ser marcado no calendário, porque o calendário não conseguiu  acompanhar a intensidade com que tudo acontece, parece que nos conhecemos há séculos, e o nome que poderiam nos chamar, nunca conseguiria nos definir.
MM

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